11/07/2011

solidariedade ou sobre ter vinte e cinco

para ler ouvindo something

não sou do tipo que tenta ver o lado bom em tudo. em geral, sequer me esforço para ver alguma coisa boa. acho que, na maioria das vezes, não penso muito sobre lado bom / lado mau - simplesmente vejo. claro, depois, posso ver outras coisas que não havia percebido antes. isso não me torna especial, pelo contrário. o preâmbulo foi só para dizer que crescer pode ser bom. hoje consigo me conhecer muito melhor. fico no mínimo satisfeito em descobrir quem eu sou, em perceber que estou me tornando alguém que admiro. e não tem problema nenhum admitir isso. sinto-me orgulhoso e feliz por ter os amigos que tenho. se o índice de riqueza se medisse pela quantidade e qualidade dos amigos, putz, numa hora dessas eu estaria pelo menos numa cobertura na lagoa.

hoje asissti pela segunda vez o filme "as melhores coisas do mundo". na primeira vez, fui sozinho ao cinema. era a primeira sessão de um sábado de céu azul, o que não torna este sábado especial, pelo contrário. o filme já estava em cartaz há algum tempo e por isso a sessão estava vazia. devíamos ser uns cinco na sala escura. lembro-me bem da emoção provocada por algumas cenas. por que, mesmo com vinte e cinco, ainda me reconheço tanto em alguns conflitos tipicamente adolescentes? tipicamente!? por outro lado, mas no mesmo corpo, a vida pede atitudes de vinte e cinco. de alguma forma, aos trancos e barrancos (perdoem-me a expressão pronta), acho que tenho conseguido me virar. é que são tantos os caminhos que a vida pode tomar; escolhas por fazer; desejos não realizados que um dia sequer serão lembrados. não sei se quero esquecê-los. não sei.

ter vinte e cinco é como se a cada dia minha vida fosse mudar para sempre. como se cada decisão fosse irreparável. como se nunca mais fosse possível recuperar qualquer coisa perdida nem mudar o rumo da prosa. hoje, tudo parece pra sempre. eu sei que não é bem assim. sei!? dizem-me que não é, mas eu vivo como se fosse. no fim, isso que importa, não?

sabe o que eu sei sobre o cara com vinte e cinco? sei que ser solidário é uma das coisas que somos que mais o emociona. solidariedade é a bruna sentar ao lado do mano no pátio da escola. solidariedade é o abraço entre o mano e o pedro. solidariedade é o mano oferecer ovos para sua mãe. solidariedade é tocar violão para o irmão.

não sei muitas coisas sobre o que sou. menos ainda sobre o que me tornarei. por ora, apenas sei um pouco sobre a solidariedade, as possibilidades, as (in)certezas. apenas sei um pouco sobre os meus vinte e cinco.