Ainda não é inverno e o verão já passou. O vento frio se anuncia ora ou outra e os casacos não se escondem mais no fundo do armário, que insiste em se manter de pé ignorando as travessuras do tempo. O dia azul e o sol radiante trazem as boas novas, não sem a companhia da brisa, que parece se fazer presente só para atentar-me sobre a cautela. A brisa diz:
- Meu querido, não vibre tanto assim. Poupe suas energias para os dias que estão por vir. Deite-se mais cedo e se confesse no escuro, aproveite sua companhia enquanto a tem só para si.
Abriu o jornal de hoje e leu o signo. Ontem só pode ter sido feriado no mundo dos astros! Apenas isso explicaria a previsão tardia que os jornais revelaram. E as revistas caminhavam de mãos dadas com todos os periódicos. Minha vida anunciada se tornará tapete real dos Melopsittacus undulatos amanhã ou depois.
Carrego o casaco na mochila, já disse isso. O sol me visita, mas a brisa é espiã nesse território. Estou pronto para o dia em que o sol precisar partir. Nesse dia, a brisa trará seu companheiro e o cinza será meu cenário. Então colocarei o fone no ouvido e pintarei meu céu da cor que eu quiser. Chegará o dia em que a mudança do tempo será apenas a mudança do tempo. Mas que bobagem!
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