18/08/2008

Eu falei, ta documentado aí embaixo. O metrô estava lotado e eu atrasado. Deixei passar o primeiro e fui no seguinte. A música bem alta tentava me levar a qualquer outro lugar. Troco de linha. Entro no vagão e fico na entrada da porta atrapalhando o fluxo. Mas eu vou sair em duas estações, estava atrasado pra aula e sem paciência para colaborar para o bom funcionamento do trânsito de pessoas no vagão. Quando tudo estava prestes a acabar - afinal, eram apenas duas estações, já disse - um babaca qualquer começa a tentar me roubar. Fico puto com isso: se quer fazer alguma coisa vamos fazer direito, né não? O que o idiota queria comigo? Meus textos sublinhados e rabiscados?! Tudo bem, tinha uma carteira com pouco dinheiro e um celular ótimo em receber ligações, mas só. Nem um lanchinho tinha... Bom, o que me impressiona é pensar em como ele pretendia fugir. O cara era tão merda que conseguiu fazer com que metade das pessoas percebessem a tentativa dele. E aí me deu pena, afinal, por mais que eu fosse o prejudicado, não gostaria de ver um linchamento ali, só queria seguir pra minha aula, que pela correr da hora já devia ter começado. Mas o cara não era tão estúpido assim. A porta abriu em São Cristóvão e imediatamente ele vazou, para usar uma terminologia adequada. De fato eu sinto muita pena dessas pessoas. Não consigo deixar de pensar que poderia ser diferente se todos tivessem oportunidades. Muito confortável julgar tudo isso na cadeira da universidade... desconstruir tudo isso é muito perigoso. E eu corro os riscos. Talvez o estúpido esteja escrevendo essas palavras, todas em vão, eu sei.