Sobre preguiça...

Pode ser até do corpo se entregar mais tarde
Parece simples mas a gente às vezes é
E o amor é lindo deixo
Tudo que quiser eu não me queixo em ser
Acho normal ver a vida feito faz o mar num grão de areia

É de se entregar a sorte e todo mundo vai saber
É de se entregar a sorte e todo mundo vai saber e ver
Que o vai e vem pode ser eterno
Pra ver quem manda
Acho que não vai dar tô cansado demais
Vou ver a vida a pé
Acho normal tá no mundo feito faz o mar num grão de areia

Mais tarde - Marcelo Camelo


Poderia escrever sobre a peça de teatro (Renato Russo) que fui ver e que me emocionou e me deixou feliz e me deu saudades de um tempo, mas eu não posso.

Pensei em escrever sobre o encontro com os amigos e o dia salvo, sobre as risadas, as piadas infames ou os olhares, a verdade naquilo tudo, oxigênio, sobre os planos, a estafa...

Poderia escrever sobre clientelismo ou sobre a questão agrária (bem que isso poderia ser verdade!)...

Ainda pensei em escrever sobre os convites fora de horário, com o cuidado que deves tomar com o que desejas, sobre sintonia, energia, assim como a total ausência dessa bobagem toda.

Escreveria sobre signos, mas deixo isso pro jornal de amanhã... Qual o seu signo?

Falaria também sobre encontros familiares, as alegrias, chatices, surpresas...

Sobre sonhos... isso, sonhos seria um bom assunto. Hoje me falaram pra seguir firme no meu, mas eu já sei disso, ninguém precisa me ensinar por onde devo ir, afinal de contas, gosto mesmo é de me perder.

Poderia falar sobre casamentos. Como as pessoas me perguntam se eu não vou casar! Que merda! Aí minha face se nutre de um sorriso cínico e então digo qualquer bobagem, dependendo do nível de demência de quem pergunta. Não, eu não sei se vou casar, se quero, não tenho uma namorada, muito menos uma noiva. Volta daqui uns doze anos, pode ser?

Poderia falar também sobre minha aparência idosa e sobre como eu não estou nem aí pra isso (pelo menso por enquanto): "M, você tem vinte e cinco anos, né?".

Só não falo disso tudo porque... você sabe, é a estafa. Não dá, meu! (o "meu" é pra entrar no clima).

Mochila pronta e agora posso simular um sono e partir.

tiau!