29/07/2009

Naquele tempo, e mesmo hoje em dia, a busca de significado e realização e a procura de uma existência segura raramente apontam para a mesma direção. No entanto, é provável que o próprio Mozart tivesse poucas dúvidas quanto à sua decisão. A seu ver, voltar para Salzburgo seria tirar o sentido de sua vida; para ele, o plano de romper com Salzburgo e ficar em Viena fazia todo o sentido. Em Viena, poderia respirar mais livremente, ainda que ganhar a vida lhe custasse um esforço considerável, e não teria nenhum senhor com o direito de dar-lhe ordens.

ELIAS, Norbert. Mozart, sociologia de um gênio. Organizado por Michael Schröter; tradução, Sergio Góes de Paula. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1995. pp. 126-127.