19/01/2015

há uma ideia difundida de que nas horas difíceis a gente descobre quem são os nossos amigos de verdade.

recentemente eu vivi duas situações difíceis. nas duas eu surtei momentaneamente. 

em uma delas, no meio da minha surtação, eu deixei de fazer tarefas do cotidiano que eram minha responsabilidade - coisas bobas, que não levam muito tempo e nem dão muito trabalho, mas com as quais eu simplesmente não consegui lidar.

expectativa: um amigo faz essas atividades para te ajudar e ter um problema a menos.

realidade: um amigo reclama para outro que você não fez suas atividades do cotidiano.

na outra situação, eu surtei porque aconteceu uma merda. durante o surto, tive atitudes irracionais - nada que tenha afetado ninguém, claro, ou que tenha dado muito trabalho. só maluquice mesmo.

expectativa: amigo embarca na maluquice com você.

realidade: amigo te enche de esporro e te abandona.

na duas situações os meus amigos não agiram conforme eu esperava que eles agissem ou como eu acho que agiria.

como eu me sinto com isso? um pouco chateado, sim, talvez um pouco decepcionado.

isso muda o fato deles serem meus amigos e o carinho que eu sinto? não muda. não faltaram situações em que eles demonstraram carinho, foram companheiros e estiveram do meu lado.

eu também já "falhei" muito. consigo me lembrar de algumas situações que não devo ter sido o melhor amigo do mundo. muitas vezes não devo ter dito a palavra exata para confortar meus amigos ou agido conforme a expectativa deles. 

sabe, a gente é cheio de imperfeições. erramos pra caralho e estamos longe de ser o melhor ombro para todas as ocasiões. mas a gente tenta. eu tento e sei que meus amigos também. então quando a gente faz alguma coisa errada a gente pede desculpas e segue em frente. quase sempre é assim.

por isso que eu não levo muito a sério essa ideia de que só nas horas difíceis a gente descobre quem são os nosso amigos de verdade. nem sempre os ombros nos acolhem do jeito que esperamos, mas eles sempre estão lá para apoiar nossas cabeças, seja como for.

2 comentários:

Amanda disse...

Te leio há anos.
Obrigada aceitar comentários de novo.

Tem uns 3 dias que passei por uma situação parecida (não que seja algo inédito, mas enfim). Me reaproximei de um ex, num surto de carência e depressão.
Expectativa: amigo te entende e tenta te ajudar, embora não concorde.
Realidade: amigo para de falar com você.

Mas, de fato, o ombro está ali. Nem que seja pra eu me pendurar contra a vontade dele.

m. disse...

=)