Ainda não me formei, mas foi como se olhasse aquele lugar pela última vez. Sei que não foi. Mas era como se fosse. Não conheço quase ninguém lá. Mas também não me preocupo com isso. Agora só quero apreender cada detalhe e não esquecer de nada que passou. E levar um pouco de cada um comigo. Já levei. Eles já são o que sou. E não tem como fugir nem fingir. Aquele prédio ainda conserva a beleza que pude ver na primeira vez que estive lá. Não podia prever. Seria muito mais especial. Lembro do coração bater mais forte. E que subi de elevador. As primeiras pessoas que vi. E do primeiro abraço, das muitas lágrimas e das infindáveis risadas, gargalhadas. Lembro de chorar de rir. Foi um pranto que não pude controlar. E precisei sair da aula. E o motivo disso tudo? Mistério que não posso revelar. E não posso porque não sei. E quantas pizzas nos alimentaram nos últimos anos? Os passeios, quer dizer, trabalhos de campo. Um motorista para dois. Um banco na praça. Não quero esquecer. Não posso. Ta tudo marcado em mim. As perguntas sem propósito. E os cantos medievais no ônibus. O casal formado e a missão cumprida. Agora é com eles. Os encontros anuais. Mau Mau mesmo só o nome. Todos são bonzinhos com cara de mau. As primeiras apresentações. E o medo do público. Estávamos todos lá. Éramos o público. E não podíamos decepcionar o mais valioso público. Agora somos poucos. As roupas repetidas. Bermuda jeans saia jeans. Blusa verde blusa verde. Blusa vermelha blusa vermelha... Cara de um focinho de outro. A genética não mente. Somos gêmeos!!! As tardes no gtalk. E as revelações. O estreitamento. E o happy hour! E agora não posso mais viver sem. Mas terei que aprender. Ainda bem que será só por um ano. Tem também gostos muito diferentes. Alguma coisa sine fine... deve ser isso. E o oriental também. Muitos séculos nos separam. Mas é no presente que produzimos nossas histórias. E os últimos a sair da prova. Uma duas, três, dez páginas! Ele é o cara. Temos também a menina mais forte. A campeã. Nossa protetora e meu algoz. Quantos hematomas. Mas todas as pancadas foram por amor. Eu sei disso. A menina que nunca cai do salto. A pequena mais gigante que já conheci. E quando ela precisar estarei lá. Apareço para recolher suas lágrimas ou para rirmos juntos. O maior fotógrafo de todos. Preserva nossa memória. O cara, quer dizer, o senhor de fala mais rebuscada que existe. E das melhores apresentações no power poitn também. Os sussurros acima de 145 decibéis. E a definição de sua vida acadêmica. Alguns poucos séculos nos separam. A terra nos une. Minha personal style. Muitas compras ainda virão. E porquê? Porque ela é “pedaço de mim, oh metade afastada de mim...”. Tantas trapaças no carteado. Estávamos juntos nessa. E muitas risadas da cara dos outros nas aulas. E me chamou de joselito. E ficou registrado pra sempre. Tem também uma galera muito louca. Perdeu um parafuso da cabeça. Nunca mais achará. Mas eu cuido dela porque não posso deixá-la. Porque ela está em mim. Ainda bem que não faço isso sozinho. Tem a outra. Que devagarzinho chegou. Sem falar muito e até sem nome. Quer dizer, sem seu nome correto. Hoje ela tem seu nome e seu lugar, de onde ninguém pode tirar. Tem ainda aqueles que se escondem em cavernas. Mas tem bom gosto para escolha de pesquisa. Tem os cabeludos. Dele não dá para falar individualmente. São cabeludos de cabelos cortados e cabeludos de cabelos grandes. E foi tanta gente que chegou! Mas isso foi o que sobrou. Mais, muito mais que lembrança. Eles ficaram. Mas ainda falta a monografia. E por ela ainda verei aquele prédio muitas vezes.
2 comentários:
aainda bem que o joão não tá aqui pq vc me fez chorar!
Saudades!
Beijos
Sei que vc não é mto fã de comentários, mas sempre passo aqui pra reler isso (e todo o resto). Tenho vontade de te ligar pra conversar, mas sei que se vc quisesse falar ligaria vc mesmo... Por não querer falar é que escreve... Te admiro por isso. Isso é coragem sim, pelo menos ao meu ver... Não sei se era essa a sua intenção, mas esse seu texto me marcou muito. Toda vez que não sei o que fazer passo aqui e o releio. Me acabo de chorar, mas suas palavras me trazem tanta coisa boa que no fim me animo... Ainda não acabou, né? A gente tá só começando... Continue escrevendo e mntenha-se por perto. "Don´t carry the world upon your shoulder", vc sabe que tem muitos com quem dividí-lo.
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