04/12/2007

É incrível como me sinto cansado às segundas. Não, eu não fiz absolutamente nada no fim de semana. Não passei a noite numa noitada, não me droguei, não consumi álcool. Alias, fiquei longe de toda hostilidade do mundo externo, que só tive contato através da rede mundial de computadores. Eu não planejei ficar em casa sem fazer porra nenhuma. Aconteceu. Eu ia ver o show da Beth Carvalho na Lapa, em homenagem ao dia do samba ou qualquer coisa do tipo (bem que o dia do samba podia ser feriado. Adoro feriado). Mas não pulei ao som da coisinha tão bonitinha do pai. Minha trilha sonora foi o samba calminho da Roberta Sá, que estava no Altas Horas. Alias, como tem gente idiota no mundo, hein. Tinha uma dupla sertaneja qualquer no programa e a platéia – majoritariamente constituída por jovens – perguntava ao que se devia o sucesso da dupla (claro que é dupla! Ou vai me dizer que existe cantor sertanejo solo) entre os jovens. Hã?! Como assim? De que jovens eles estão falando? Isso me lembra um pedaço de jornal que colaram no mural da sala na faculdade no distante primeiro período. Falava sobre a nova geração, os jovens que eram conservadores e gostavam de música sertaneja. Alguma coisa relacionada a isso. Lembro também da indignação de algumas pessoas. Que absurdo!, gritava uma menina. Eu gosto mesmo de botar pra quebrar na micareta! Música sertaneja... onde já se viu isso? Pois é... me calei. Não gosto de música sertaneja. Não dessa feita por essas duplas. Agora posso me lembrar de uma ou duas músicas sertanejas que acho bacanas e tal. Alias, nem sei se são sertanejas. Mas isso não interessa. De fato, eu não gosto de micareta. Nem do que ela representa. Acho mais fácil colocar um chapéu de cowboy do que um abadá. Peguei pesado, eu sei. Moral da história: não sou jovem, mas um velho rabugento que passou um fim de semana inteirinho em casa e não tem paciência para música irritante. Que bom! Prefiro as coisas assim. No fim de semana que vem não vou sair de novo. Tenho obrigações do mundo adulto. No outro acho que vou. E no outro já é Natal. Como eu gostava de Natal... Era o primeiro da rua a enfeitar a casa com lâmpadas luminosas e montar a árvore. Se bobear, colocava até o sapatinho, no meu caso um exemplar 45, na janela. Ou será que o sapato a gente coloca pro coelhinho da Páscoa? Esqueci mesmo... Mas acho que é pro Papai noel. O sapato é vermelho. O Natal é vermelho. É... acertei. Isso me faz lembrar que preciso tirar uma foto com o bom velhinho. Mas já to muito velho pra isso. Será que se eu falar que gosto de música sertaneja fico jovem novamente e então posso tirar foto com o velhinho barrigudo, de barba branca e roupa vermelha? Melhor não... vai que ele me dê um cd daquela dupla que estava no Altas horas... prefiro não arriscar. Sem fotos com o bom velhinho.

Nenhum comentário: