As fotos estavam guardadas onde não se podia ver. Deixa lá... é melhor assim. Um dia, quem sabe? Por enquanto não quero ver. Mas alguém lembrou. E tirou elas de lá. Agora estão todas sobre a mesa para que eu não esqueça do que não quero lembrar. Não que eu deixe de lembrar algum dia. Penso nisso todos os dias. E todos os sentimentos permanecem com a mesma intensidade. A dor que dói e corta o peito está aqui. O ar que falta continua a se esconder. Mas a imagem no papel dói. Ver e não poder abraçar, conversar... Ver aqueles olhos me olhando e aquela paz que ele me passava. Penso no dia que poderei encontrá-lo novamente. Falarei com o meu abraço tudo o que está engasgado. E nesse dia, quando meus olhos já estiverem fechados, não vou nem piscar. Quero olhar tudo. Não posso deixar esse momento acabar. Dessa vez tem que ser pra sempre. E o abraço, o mais forte de todos, quero sentir. Até que todos os meus ossos estalem e minhas pernas fiquem fracas. E o cabelo grisalho e a pele castigada pelo intenso sol de uma vida toda eu quero sentir. Coisas que só eu sei vou contar. Voltarei a me sentir como no dia anterior. Terei minha paz furtada de volta. E tudo voltará a ser como sempre foi.
Um comentário:
Me emocionou com cada letrinha.
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