23/03/2008

Os dias se sucedem e o tempo não perdoa. Não há tempo para voltar e recomeçar. Não que ele queira. Deseja a possibilidade. Com as idéias de hoje. Mas que bobagem! Só é o que é hoje porque passou por aquilo tudo. E isso tudo é tão clichê! Apesar de tudo lhe parecer tão difícil, alguma coisa, uma esperança anacrônica, ou sabe-se lá o quê, lhe fazia sentir que poderia ser o melhor um dia. O melhor que poderia ser.

Estava bem naquele momento, sozinho e bem. Os livros foram sua companhia. Gostava de estar com eles com uma certa freqüência. Nem a obrigação de ler aquilo que lia o fazia mal. Seguia feliz. Mas precisou evaporar. Escolheu seu melhor esconderijo. Onde se sentia invisível e seguro. Feliz e em paz. Em outra dimensão, que não a de todos os dias, entre todos os dias. Era uma sexta. E era feriado. Era fim de tarde. E foi só consigo. Não tinha problema nenhum naquilo.

Chegou 10 minutos antes de começar, tempo suficiente para as duplas o observarem. Podia ver cada sussurro no ouvido (sic). Que merda! Deixem-me em paz, gritava em pensamento. A luz apagou e tudo melhorou, da forma como podia mehorar. Depois daquilo voltou para o cotidiano. O seu dia. Nada de pizza. No caminho enviaram-lhe um casal pra lembrá-lo da sua situação. Mas que porra! Assim tá demais! O casal tinha suas roupas lavadas com Omo Multiação. Certamente participaram do último comercial de margaria e creme dental. Kollynos ice. No momento sua escolha representava o desvio. Sim, sua escolha. Claro que poderia estar em outra situação, mas se não fosse do jeito que desejava era melhor não ser. Não é barato. Mas tinha cartão de crédito.

Prova do terceiro bimestre. Bastava tirar 2,0 que seria aprovado. Mas aquilo era covardia. Cada detalhe. Imensidão. Como nos desenhos do jardim de infância. As cores eram as mais perfeitas. O efeito em volta da soberana fazia-a ainda mais soberana. Ainda tinha mais um bimestre pela frente. Podia ser o último. Podia ficar em prova final. Repetir. Não sei se quero passar de ano.

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