11/05/2008

Prolixo

Não são as palavras não ditas que incomodam. Meus olhos fixos observam tudo e ninguém pode escapar do seu brilho. As lentes usadas para corrigir o defeito na visão serve como proteção contra as lágrimas que poderiam entrar em cena. Não entram, escondem-se na coxia e permanecem lá. Permanecerão até receberem a deixa para entrar. Mesmo no silêncio entendem minha explanação.

Sou prolixo no silêncio.

Hora de deixá-los com a interrogação de quem realmente sou. Nem todos parecem notar alguma coisa no ar, nem mesmo o frio que insiste em me fazer companhia. Casacos de lã não servem para aquecer. Abraços, dados junto a sorrisos sem emoção, não acenderão a lareira. Imaginar não adiantará de nada, mas ainda assim levo a mochila nas costas, dias mais pesados, outros nem tanto.

Preciso retomar o quebra-cabeças abandonado, buscar por novas peças que façam sentido. Ainda não descobri o que se esconde nas peças soltas, perdidas. Elas não existem sozinhas, apenas ganham vida na medida em que reconhecem seu par, que pode estar longe, pode estar perto, pode não existir. Dói pensar assim. Dipirona não tirará essa dor. Será que já encontrou a peça que fará com que tenha sentido? Será que é uma peça da ponta ou do meio? Precisam dar as mãos para existir.

Não se encontram. Que segredos esconderá seu quebra-cabeças de plástico?

6 comentários:

Danyangel7 disse...

garotoooooo....tu escreve bempor demais....passei p/ te perturbar jah q vc mora na frente da minha casa e eu nunca te vejo!
Bjs migow eternowwwwwww...
Dany( muito gata! )

Anônimo disse...

Adorei a frase: "Sou prolixo no silêncio".

Perfeita!

Beijos.

B. Pinheiro disse...

Aff... esse foi perfeito!!!
Achei que o frio era de família, também sinto esse frio...rs
Enfim te amo demais
Bjuuus

Anônimo disse...

Sua habilidade com analogias, cores e pequenas coisas é impressionante. Me identifiquei bastante com os textos (até nossos filmes favoritos são os mesmos, veja só). Aqui eu observo na prosa o que muita gente nem chega perto de fazer com poesia (sim, tenho implicância com poetas). Enfim. Tá favoritado, jovem. Acaba de ganhar um entusiasmado leitor a mais... =p

aline disse...

por aqui também é frio. e apesar do aconchego dos agasalhos, você tem razão, resta uma 'frieza' e um gelo que não derrete tão fácil. imaginar pode não resolver, mas mantém a mente acesa! e é necessário essa clareza!

quem é mais sentimental que esse seu post? lindo, lindo!

abraços!

[P] disse...

Eu acho, às vezes, que as peças que faltam no meu quebra-cabeça andam vagando a esmo pela cidade, perdidas embaixo do colchão que sustenta o corpo que não conheço. Como seria possível que elas dessem as mãos? Nunca vão existir de fato? É triste pensar assim...

Beijo.