05/02/2008

Carnaval me dá preguiça. Não escondo isso de ninguém. Até amanhecer e eu acordar não prometo ir a lugar nenhum com ninguém. Pelo menos não a alguém a quem ficarei intimidado de voltar atrás. É que o carnaval tem um “quê” de obrigação para mim. É uma obrigação de pular, gritar, ser feliz, se acabar e tal... sei não. Eu gosto de folia, mas nem sempre. Eu curto samba. E muito. Mas gosto igualmente da bossa. E tenho menos de 30. Bem menos. Quase vinte, digamos. O que me torna um ser estranho para algumas pessoas. Mas hoje não me importo com os outros. Comecei minha folia no sábado no aguardado bloco céu na terra, que no ano passado foi ótimo. Talvez por isso esse ano estava como estava. Vai ver o boato de o quanto foi bom se espalhou por aí. Eu mesmo fiz isso. Foi uma merda esse ano. Lotado. Fiquei longe da banda. E na primeira tentativa de me aproximar dela e ouvir o som quase fui derrubado por uns palhaços e uns piratas. Malditos! Precisei de toda minha astúcia, que não é tão toda assim para fugir. Eis que subi num vaso de planta que ficava na calçada em frente a um boteco qualquer em Santa Teresa – vaso em frente a um bar é qualquer lugar de depósito de lixo e xixi de cachorro, quizá, de gente, sem pensar o que mais pode ter ali.

Que merda!

Foi minha primeira exclamação. Olhei para o meu pé e mais uma vez: que meeeeerda!!!! Já não podia voltar. E o sangue começou a escorrer e manchar meu chinelo de borracha, vulgo havaianas. Segui com o pé chorando sem me preocupar com o corte, afinal, é carnaval. E assim continuei ao longo do dia. Claro que depois de um tempo lavei, coloquei band-aid, lavei, sangrou mais, lavei com água oxigenada volume dez, conforme indicou a doutora, coloquei gaze e mais band-aid, sangrou, coloquei só band-aid... desisti. Fui pra casa no fim do dia, quando o sol ou o que deveria ser um sol se despedia. Sai com a promessa de que no dia seguinte estaria lá, mais uma vez, para foliar. Eu disse que tenho preguiça, mas uma vez na rua não me venha fazer cara feia. Nem o pé enfermo me desanimou no dia.

Nessa noite não dormi, mas morri. Essa é a imagem mais adequada para relatar o grau do meu estado físico. Dia seguinte chegou. Relâmpagos e trovões fizeram coro com o despertador do meu celular. Chuva cai lá fora e aqui dentro eu viro para o lado e durmo um pouco mais. Acordo onze horas já desistindo de qualquer tentativa de foliar por aí. Desculpa Justificativa: Ta chovendopracaralho! Meu pé ta machucado. Não tenho como colocar um tênnis. Não tenho como sair de chinelo. Vou ficar em casa. Com uma justificativa dessas me convenci e relaxei. Almocei com alguns familiares... papeei...

Hoje ia sair. Estava tudo certo. Até a lente já havia colocado. Mas não deu certo. Tudo bem, sem problemas. Aliais, com problemas. E muitos. Mas tudo temporariamente contornado. E seja o que os deuses do carnaval quiserem. Por um momento a tristeza chegou a se anunciar. Mas mandei ela dar meia volta e seguir para outro besta. Comigo não! Amanhã se der eu curto mais uma folia. Eu sei o que eu quero. “Deixa estar”.

2 comentários:

Phoenix - disse...

Oi!
nunca tinha pensando nisso,o carnaval soa msm como uma obrigaçao de se divertir e talvez por isso muita gente[eu tmbem] nao consinga se sentir tao bem nele...e lamento pelo seu pé rsrs melhoras.Ps:Eu nunca comentei num blog na vida oO.

Petit disse...
Este comentário foi removido pelo autor.